Ações contra a covid-19

A covid-19 pegou o mundo de surpresa no fim de 2019 e chegou ao Brasil no primeiro trimestre de 2020. Uma doença desconhecida e cruel que exigiu os melhores esforços dos gestores de saúde.

Como secretária municipal da Saúde de Curitiba, Marcia enfrentou o maior desafio da sua vida, felizmente muito bem amparada por uma equipe altamente técnica e qualificada reunida na secretaria.

Na liderança da gestão e coordenadora dos trabalhos, ela teve de encontrar soluções efetivas muito rapidamente. “A pandemia não veio com manual de instruções”, lembra ela.

Os resultados obtidos por Curitiba não seriam possíveis sem uma estrutura muito bem azeitada e uma equipe extremamente dedicada.

De um lado era preciso controlar a propagação do vírus e tratar os pacientes, de outro assegurar o funcionamento seguro das atividades da cidade.

A rede de saúde (pública e particular) foi posta a prova, encarou uma sobrecarga gigantesca — o sistema colapsou em muitas cidades, ou seja faltou atendimento.

Em Curitiba, o resultado do trabalho não poderia ser melhor. Não há como deixar de lamentar as mortes, que foram inevitáveis, mas em Curitiba não faltou assistência para nenhum paciente de covid-19.

“A gente sofre e reza para cada pessoa que perdeu a vida por causa da pandemia, mas cumprimos com afinco nosso dever de gestor público e fizemos todo o possível para salvar o maior número de pacientes”, diz ela. “Em Curitiba, todos — todos! — os que precisaram tiveram o atendimento adequado.”

Muitas vidas foram salvas

Curitiba teve uma das menores taxas de letalidade entre os infectados com covid-19 (1,7%) das capitais.

“Caso tivéssemos o desempenho registrado em outras cidades, Curitiba podia ter tido mais de 8 mil mortes a mais”, diz a ex-secretária.

O trabalho incluiu uma série permanente de reuniões e encontros com representantes de setores da sociedade civil (econômicos, sociais e religiosos), quando eram apresentadas e discutidas todas as medidas necessárias para o controle do vírus e o impacto da doença na rede de saúde.

“Foi um trabalho de conscientização sobre a gravidade da doenças e a pertinência das medidas que estávamos tomando”, lembra Márcia. “Isso foi importante, porque precisamos da ajuda e compreensão de todos para vencer o vírus, principalmente no período em que as vacinas ainda não estavam disponíveis.”

Veja algumas das principais ações e resultados contra a covid-19:

  • A taxa de letalidade foi de 1,7%. Ou seja, ocorreu 1,7 morte para cada 100 infectados. A taxa é muito menor que em outras capitais, como Rio de Janeiro (o dobro de Curitiba, 3,5%), Fortaleza (3,1%), São Luiz (4%), Belém (3,8%), Recife (2,6%), Porto Alegre (2,3%) e São Paulo (2,1%).
  • Maior campanha de vacinação da história de Curitiba: mais de 4,6 milhões de doses aplicadas.
  • Instalação do Pavilhão da Cura, no Parque Barigui.
  • Reestruturação de toda rede de saúde municipal e remanejamento de pessoal, o que permitiu atendimento a todos e vacinação rápida e segura.
  • Abertura de três hospitais “de verdade” abertos durante a pandemia: Vitória, Instituto de Medicina e Victor Ferreira do Amaral. (Curitiba não se dobrou ao improviso de hospitais de campanha.)
  • Mais de 1.000 leitos disponibilizados só pra atendimento da covid-19.
  • Ampla mobilização do setor público e privado.
  • Contratação de mais de 2,4 mil profissionais de saúde para atuar na pandemia.
  • Criação do tele-atendimento e adaptações no aplicativo Saúde Já.