Por proposição da deputada estadual Márcia Huçulak (PSD), a Assembleia Legislativa do Paraná realiza na próxima quinta-feira (04/04) a audiência pública “Mudanças Climáticas e os Impactos nos Sistemas de Saúde”.

Especialistas e gestores irão debater alterações em curso, que tendem a gerar novas demandas aos serviços de atendimento e tratamento da população, além de maior capacitação dos profissionais e adaptação das políticas públicas.

 “Há impactos muito variados e sensíveis, que precisam ser cada vez mais bem estudados e monitorados, de forma a gerar ações efetivas”, diz Márcia.

O tema vem ganhando mais atenção em todo o mundo, a ponto de um grupo de cientistas propor que se declare uma nova emergência global de saúde, decorrente da crise climática e ambiental.

Márcia destaca que o cenário demanda uma abordagem dentro do conceito de Saúde Única, com novos tipos de parcerias inclusivas e sustentáveis, além de intervenções que levem em conta seres humanos, animais e meio ambiente.

As mudanças climáticas referem-se a alterações significativas e persistentes nos padrões meteorológicos médios globais ou regionais ao longo do tempo. Estas mudanças podem manifestar-se em diferentes formas, tais como o aumento da temperatura média da superfície terrestre, as variações nos padrões de precipitação, o aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos, entre outros fenômenos.

Os impactos na saúde incluem, por exemplo:  

  • mudança o comportamento de vetores transmissores (como vírus e bactérias).
  • Ampliação da abrangência de algumas enfermidades.
  • Aumento do risco de surtos em áreas urbanas e rurais, especialmente em regiões com baixa cobertura vacinal e saneamento básico precário.
  • Agravamento de doenças como asma, bronquite e pneumonia em decorrência da poluição do ar por queimadas, estiagens e outros eventos climáticos extremos.
  • Maior potencial de proliferação de microrganismos em alimentos, aumentando o risco de intoxicações alimentares, decorrentes de temperaturas mais elevadas.
  • Maior proliferação de mosquitos como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
  • Ondas de calor podem aumentar o risco de infartos, AVCs e outras complicações cardiovasculares.
  • Entre outros impactos.

“O cenário atual da dengue é um bom exemplo”, diz Márcia. “Com mais calor, o mosquito passou a ser reproduzir em regiões onde antes isso não ocorria, tornando-se um problema para mais cidades.”

Além disso, pesquisadores também já identificaram adaptações genéticas que aumentam o potencial de transmissão do Aedes aegypti, que passou a se reproduzir também em períodos de calor menos intenso.

Presenças

Entre os participantes confirmados estão do professor doutor do departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Wilson Flavio Feltrim Roseghini; do professor do departamento de Zoologia da UFPR Mario Antonio Navarro da Silva; do diretor do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba, Alcides de Oliveira; do diretor-corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Alvaro Carneiro; e do médico veterinário Antônio Felipe Paulino de Figueiredo Wouk (representando o Conselho Regional de Medicina Veterinária).

Serviço

Audiência pública

  • “Mudanças Climáticas e os Impactos nos Sistemas de Saúde”
  • Dia: 04 de abril de 2024, quinta-feira
  • 9 horas
  • Local: Plenarinho da Assembleia Legislativa.