A deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) destacou nesta segunda-feira (18/09) os 50 anos do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e alertou para os perigos trazidos pela onda recente de negacionismo da vacina, que vem comprometendo os índices de alcance da imunização e trazendo de volta doenças já erradicadas.
A deputada lembrou a evolução das estatísticas que revelam os benefícios alcançados em grande medida graças ao êxito do programa, que foi fundamental, por exemplo, para a recente campanha de vacinação contra covid-19.
“A vacinação das crianças contribuiu para redução da mortalidade infantil e aumentou em 30 anos a expectativa de vida no Brasil”, afirmou ela, em discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná, mencionando que a expectativa de vida atualmente para o brasileiro está em 76,6 anos.
Histórico
Lançado em 1973 pelo Ministério da Saúde, o PNI é responsável por centralizar toda a vacinação no território nacional, como planejamento e compra de doses, armazenamento, distribuição, campanhas de informação e incorporação de novos imunizantes ao sistema.
De acordo com a deputada, a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1988, veio consolidar o programa como ação de governo para garantia da saúde e de inclusão social na população brasileira, sem distinção de origem, raça, gênero ou classe.
Criado para, inicialmente, combater a mortalidade infantil, o programa foi paulatinamente incorporando novos públicos, tendo hoje ampla abrangência em toda a população (idosos, adolescentes, adultos, gestantes).
“Na década de 1940, a mortalidade de meninos e meninas de até 5 anos no Brasil chegou a ser de 212 a cada mil crianças; na população geral, o número era de 19 a cada mil habitantes”, afirmou.
A redução foi, portanto, de 93,3%.
Covid
A evolução do programa foi fundamental para o sucesso da vacinação contra a covid-19, disse a deputada.
“Por conta da estruturação das salas de vacina em todos os municípios brasileiros o Brasil foi muito ágil na aplicação da vacina anticovid”, disse. “A redução de casos graves e da mortalidade após a vacinação fez a diferença entre a vida e a morte.”
Riscos
Destacando que o programa contra hoje com 47 imunobiológicos para variadas doenças, a deputada estadual demonstrou preocupação com os danos que vêm sendo causados devido à baixa adesão da população à vacinação.
“Infelizmente hoje vivemos um retrocesso com queda significativa da cobertura vacinal em todos os públicos. Isso já começa a preocupar, pois doenças erradicadas começam a ressurgir”, afimou, citando casos como o sarampo, a paralisia infantil e a própria covid-19, cuja replicação viral continua ativa em razão da baixa cobertura vacinal.
Ela atribui parte do problema à disseminação de fake news (mentiras) relacionadas aos imunizantes, que têm, no entanto, um longo e comprovado histórico de sucesso em prol da saúde pública.
“Não acredite nos terraplanistas que advogam contra a vacina. Acredite na ciência”, afirmou. “O único tratamento precoce contra doenças infecto contagiosas é a vacina.”
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