Um problema muitas vezes invisível, que revela a “dor da alma” e vem afetando cada vez mais pessoas em todo o mundo, em grande parte em virtude dos efeitos pós-pandemia de covid-19.
De acordo com a deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) esse cenário torna ainda mais relevante os trabalhos da Frente Parlamentar da Saúde Mental, que teve sua primeira reunião de trabalho nesta quarta-feira (9/8).
Márcia é vice-coordenadora da frente coordenada pela deputada Ana Júlia (PT).
“É um tema que exige cada vez mais atenção das políticas públicas. A Assembleia Legislativa tem um papel importante no debate e na formulação de propostas”, destacou Márcia Huçulak. “Quando falamos de saúde mental, falamos de dor da alma – e é muito difícil medir isso.”
Experiência
A deputada leva para os trabalhos da Frente Parlamentar sua experiência de mais de 35 anos na gestão pública de saúde.
Como secretária de Saúde de Curitiba, cargo que exerceu entre 2017 e 2022, foi responsável pela gestão da rede de atendimento psicossocial da estrutura municipal, composta por 13 Centros de Atenção Psicossocial (Caps), hospital psiquiátrico, além de serviços de urgência e emergência psiquiátrica e atendimento ambulatorial.
Os Caps são referência do serviço, promovendo assistência humanizada, com equipe multidisciplinar para adultos, jovens e crianças.
Casos em alta
Saúde mental precária está ligada a problemas como depressão, ansiedade, transtorno de déficit de atenção, transtorno obsessivo-compulsivo, bipolaridade, esquizofrenia, entre outros.
Quadros graves de depressão, por exemplo, estão muitas vezes relacionados ao suicídio, um problema com alta preocupante de casos.
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança, o número de suicídios cresceu 11,2% em 2022 sobre 2021 – foram 16.262 no ano; 44 por dia. Ao longo da década (2010 a 2019), houve aumento de 43%, sendo que na faixa de menores de 14 anos, o crescimento chegou a 113%, e entre adolescentes, 83%, aponta o Ministério da Saúde.
Desafios
De acordo com Márcia, a pandemia trouxe como efeito também o agravamento da saúde mental entre a população.
Além de causar quase 705 mil mortes no país (e mais de 6,6 milhões no mundo) – o que impacta as famílias no íntimo de suas relações –, houve a necessidade isolamento e problemas econômicos (como perda de emprego e fechamento de negócios).
São fatores de potencial impacto negativo na saúde mental.
“Com a pandemia, vimos como é importante o contato entre as pessoas, principalmente para os jovens e as crianças”, avalia a deputada.
Márcia lembra que a Organização Mundial de Saúde estima em 1 bilhão o número de pessoas com algum tipo de problema de saúde mental no mundo. “A OMS também tem estudos que mostram que no pós-pandemia houve um aumento de 25% nos casos”, afirmou. “Isso afeta a qualidade de vida das pessoas.”
“Esta frente vai contribuir muito com propostas e estratégias. Que possamos contribuir com uma sociedade mais saudável e feliz”, afirmou.
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