Maior crise de saúde em cem anos no planeta, a pandemia de covid-19 resultou em mudanças no sistema de atenção à saúde que vieram para ficar.
Para enfrentar os desafios pós-pandemia, são necessárias várias ações, entre as quais não escapam o reforço do SUS (Sistema Único de Saúde) e a incorporação de novas tecnologias para melhorar o atendimento à população.
“A crise revelou muitas das fragilidades do sistema em todo o mundo, mas também criou oportunidades para melhorias em várias áreas, especialmente na saúde”, afirma Márcia Huçulak, deputada estadual (PSD) e ex-secretária de Saúde responsável pelo combate à covid em Curitiba até 2022.
Márcia apresentou sua análise geral da área nesta sexta-feira (03/03) ao público de profissionais reunidos na Conferência Municipal de Saúde de Umuarama, na qual fez a palestra de abertura.
Em sua passagem pela cidade, a deputada estadual também se reuniu com o prefeito Hermes Pimentel.
Além da conferência no município, Márcia esteve nas Conferências Distritais de Saúde nas regionais de Curitiba, realizadas ao longo dos últimos quatro fins de semana. A conferência municipal da capital será realizada em 25 de março.
Quadro geral
Em relação ao cenário atual da saúde, a deputada destaca algumas tendências que em sua análise estão muito claras e para as quais o poder público preciso dar atenção para garantir qualidade na prestação dos serviços de saúde.
São elas:
- Reforma – pandemia acelerou reformas e mudanças no sistema de atenção. Teleatedimento, teleconsulta e outros atendimentos virtuais entram na ordem do dia.
- Saúde para todos – covid-19 ampliou a desigualdade em Saúde, sendo necessário ampliar o acesso aos serviços para diminuí-la. Reforço do SUS é fundamental.
- Incorporação de tecnologia– permite melhoria dos serviços integrados e na atenção mais completa às pessoas, melhor produtividade, redução de custos e menos riscos de contágio para o paciente (mais comuns nos ambientes hospitalares).
- Aperto financeiro – vai demandar aumento da produtividade e diminuição de custos.
- Integração de sistemas – focada nas necessidades das pessoas. Uso do telessaúde. Reforço do ambulatório para atendimentos mais completos.
- Nova gestão – são necessárias novas estratégias da gestão clínica e novos modelos de atenção à saúde baseados em evidências.
Gastos adequados
Para reforço do SUS, Márcia considera que é necessário garantir os recursos necessários – bem como o controle fino do uso desses recursos.
“Mas quando comparamos o Brasil a outros países com sistemas universais de saúde, o gasto do setor público ainda é proporcionalmente muito baixo em relação aos gastos privados”, diz.
“Segundo o IBGE, o consumo de bens e serviços de saúde foi da ordem de 9,6% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2019, sendo apenas 3,8% de gastos públicos.”
Nova gestão
Para a deputada, o cenário aponta que a gestão pública de saúde precisa de um novo posicionamento, com adoção de práticas orientadas por objetivos estratégicos.
“Há toda uma mudança de paradigmas em andamento hoje, encaminhando a saúde cada vez mais para o cuidado contínuo da população – e não apenas nos momentos em que a doença já apareceu e é preciso curá-la”, diz Márcia.
A deputada lembra que os profissionais de saúde precisam estar preparados para atender as novas necessidades, e os indivíduos serem mais envolvidos nos seus próprios cuidados.
“Não podemos perder tempo. A saúde paga caro pela inação, na forma de piora dos atendimentos. Precisamos arregaçar as mangar e operar as mudanças necessárias”, afirma Márcia.
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