No cargo de secretária de Saúde de Curitiba, Márcia Huçulak (PSD, 55.555) se tornou muito conhecida da população durante a pandemia, quando o trabalho de combate ao vírus exigia uma presença constante na mídia, a fim de informar, orientar, explicar o cenário e dar transparência às medidas tomadas.

Mas muito antes de a covid-19 aparecer, logo no primeiro ano da gestão Rafael Greca (em 2017), ela enfrentou — e resolveu — um problema de dimensões gigantescas.

A pasta da Saúde estava afundada em dívidas de mais de R$ 150 milhões, fruto da má gestão na administração anterior.

Situações da gestão administrativa-financeira como essa podem passar despercebidas da população, mas têm efeitos extremamente danosos, já que os serviços públicos simplesmente deixam de atender as necessidades das pessoas.

Há meses sem receber, fornecedores não tinham mais como manter entregas e prestadores de serviço ameaçavam suspender e não fechar novos contratos.

Faltavam remédios e insumos de trabalho para as equipes, a entrega de medicamentos para a população estava seriamente comprometida e hospitais e clínicas conveniadas não conseguiam atender a demanda, com sério risco de interromper atividades.

O cenário da Saúde era um dos mais graves de um quadro mais amplo. As dívidas gerais do município, deixadas pela gestão anterior, somavam R$ 1,2 bilhão.

Para piorar, em 2017 o país estava mergulhado numa crise econômica resiliente, vindo de dois anos seguidos de recessão.

“Era uma situação muito, muito crítica”, lembra Márcia. “Mas tínhamos um plano e tínhamos vontade de fazer.”

Ação

Mangas arregaçadas, Márcia foi atrás de resgatar a credibilidade junto ao setor de Saúde (fornecedores e hospitais conveniados), buscar novas fontes de recursos e articular o trabalho interno na Prefeitura (um item importante, na medida em que era fundamental uma parceria com a secretaria de Finanças, que tocava o Plano de Recuperação de Curitiba, destinado a tirar a cidade do buraco fiscal deixado pela gestão anterior).

Parcerias

Junto com o prefeito, Márcia juntou a bancada federal em Brasília e apresentou o cenário. Com isso, conseguiu aumentar os recursos das emendas parlamentares para a área.

Também foi conversar com os hospitais e rede conveniada, para os quais a Saúde devia mais de R$ 100 milhões. Apresentou seu plano para resolver os problemas. Com isso manteve os serviços em funcionamento e retomou as contratações até que todo o passivo fosse equacionado.

Num atestado de confiabilidade, nenhum contrato feito na gestão Márcia deixou de ser honrado, enquanto se buscava equacionar aqueles que não haviam sido pagos no passado.

“Foram parcerias fundamentais”, diz Márcia.

Em meados de 2018, o pagamento de todas a dívidas herdadas estava encaminhado. Nem a Saúde nem a Prefeitura atrasaram mais nenhum pagamento.

“Se não tivéssemos resolvido a crise financeira lá no começo, seria muito mais complicado lidar com a pandemia. Dificilmente teríamos condições de conseguir os resultados que conseguimos”, analisa Márcia.

Expansão

Segundo a ex-secretária, é por conta desse tipo de experiência que resolveu se lançar candidata a deputada estadual.

“Conheço as regras da administração pública e do orçamento”, diz Márcia. “Por isso ajudar o governador Ratinho Jr. a otimizar o cuidado com as pessoas e a eficiência do gasto público”, afirma.

“O que a gestão pública nos ensina é que os recursos precisam ser utilizados com responsabilidade e rigor, caso contrário quem sai prejudicada é a população. Quanto mais gestores aplicarem esse conceito, melhor para todos.”