O médico Paulo Henrique Fraxino, presidente da Sociedade Paranaense de Nefrologia, alertou nesta segunda-feira (13/3) para a importância da prevenção na identificação de doenças renais durante palestra na sessão plenária da Assembleia Legislativa do Paraná.

O tema foi proposto à Casa pela deputada estadual Márcia Huçulak (PSD) em alusão ao Dia Mundial do Rim, celebrado na segunda quinta-feira de março e que este ano tem como tema “Cuidar dos vulneráveis e estar preparado para os desafios inesperados”.

A deputada destacou o trabalho dos médicos e demais profissionais de nefrologia. “Se dedicam todos os dias a cuidar de milhares de paranaenses e brasileiros que necessitam de cuidados especializados”, ressaltou Márcia.

“É necessário alertar a população, porque o grande diferencial das doenças renais é a prevenção”, afirmou a deputada.

Doença silenciosa

Fraxino lembrou que as doenças renais são silenciosas – ou seja, os sintomas aparecem quando o problema já está em estado avançado, principalmente para pessoas socialmente mais vulneráveis, o que dificulta o tratamento e compromete a saúde do paciente.

“É comum se descobrir a doença quando o rim já está 70% comprometido”, disse Fraxino.

Sintomas que costumam aparecer também são inespecíficos – ou seja, pode estar associados a outros problemas além dos rins, como dor de cabeça ou

Exame necessário

De acordo com ele, o melhor método para prevenção é realizar o exame de creatinina com regularidade. O exame está disponível em todo o sistema de saúde aponta a incidência de problemas renais ainda nos estágios iniciais, facilitando o tratamento.

Fraxino explicou que hipertensão e diabetes são dois grandes causadores de doenças renais, sendo necessário o monitoramento atento para pessoas com esses problemas.

O exame de creatinina é indicado a partir dos 40 anos; para quem é hipertenso ou tem diabetes, é preciso fazer tão logo se identifique esses males. “O diagnóstico precoce controla ou retarda a progressão da doença”, disse Fraxino.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, o Brasil tem cerca de 20 milhões de pessoas com algum tipo de problema renal; aproximadamente 1,2 milhão no Paraná.

Tratamento complexo

No caso de Doença Renal Crônica, é necessário tratamento por diálise, que exige três sessões semanais de filtragem do sangue, sendo que cada uma dura cerca de quatro horas. Além do impacto pessoal, o custo é elevado. Fraxino citou que em países de alta renda, a diálise chega a representar 3% dos gastos de saúde.

Além da diálise, pode ser necessário transplante de rim.